A importância da exploração sensorial na alimentação

Os momentos de refeição são experiências repletas de informação sensorial, nomeadamente relacionados com a textura e sabor dos alimentos, o cheiro da refeição, o aspeto do conteúdo do prato, o som dos talheres, a posição do corpo e movimentos exigidos no momento e até a sensação de fome/satisfação.

Desta forma, nesta altura impõe-se que todos os sistemas sensoriais (visão, tato, olfato, audição, paladar, proprioceção, vestibular e interoceção), em conjunto, processem toda a informação, a organizem e se produzam comportamentos ajustados e adaptados. Se parece complicado é porque efetivamente o é. Basta não estar garantida a integração de um dos oito sistemas sensoriais para comprometer o desempenho durante a atividade.

A teoria da Integração Sensorial diz-nos que, ao promovermos experiências sensoriais através de atividades significativas e dirigidas, potenciamos melhorias no processamento da informação, facilitando o processo de aprendizagem. Desta forma, desde o momento em que o/a bebé nasce, que lhe deve ser dada a oportunidade de explorar.

O/A bebé habitualmente inicia a diversificação alimentar após os 6 meses de aleitamento materno exclusivo. Entre os 6 e os 8 meses num desenvolvimento típico, estima-se que o/a bebé consiga permanecer na posição sentada, sem apoio dos braços e com controlo da posição da cabeça. Desta forma, nesta etapa do desenvolvimento, torna-se possível e pertinente uma exploração sensorial aos alimentos, de forma controlada e segura.

É essencial permitir que o/a bebé inicialmente observe os alimentos. Importa referir que também “comemos com os olhos” e por isso é sempre mais interessante, nutricionalmente e visualmente, pratos com cor. Para além disso, deve considerar-se a interação do/a bebé com os alimentos, devendo ser capaz de os tocar com as suas mãos. Ao longo do tempo, apresente diferentes texturas, formas e tamanhos. Deixar o/a bebé cheirar e provar o alimento de forma autónoma é importante!

Será natural sujar-se! Mas não se preocupe. Brincar com a comida, numa fase inicial, não só faz parte como faz bem! As investigações sobre o tema demonstram que promover uma exploração sensorial desde cedo no momento da refeição pode prevenir alguns problemas alimentares futuros. Está na altura de levarmos o brincar muito a sério!

Já passou o tempo em que se inibiam estes comportamentos por socialmente serem considerados falta de higiene ou de educação. Em vez disso, podemos optar uma conduta informada e capaz de providenciar momentos de refeição nutricionalmente interessantes com materiais e utensílios adaptados, promovendo uma experiência sensorial única. Vamos a isso?

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