
Após os 6 meses de vida do bebé, a oferta exclusivamente de leite deixa de ser suficiente para suprir todas as suas necessidades nutricionais. Assim, devem ser introduzidos progressivamente na sua alimentação outros alimentos complementares ao leite até à integração completa do bebé na dieta familiar. Este é também o momento para dar início à aprendizagem e treino da mastigação (desenvolvimento motor), bem como ao treino de paladar, texturas e consistências (desenvolvimento neurossensorial).
Todo o processo de oferta de novos alimentos deverá ser gradual, respeitando a maturidade de cada bebé e garantindo a adequação nutricional e total segurança, seja quando os alimentos são oferecidos à colher (método tradicional), seja quando é promovida a autoalimentação (método Baby-Led Weaning – BLW). Neste último, os alimentos são apresentados inicialmente cortados em palitos grossos, e cabe ao bebé decidir o que comer, em que quantidade e a que ritmo, sem intervenção direta do adulto (mas com vigilância!!!), e sem recurso a colher nem a métodos de adaptação da consistência dos alimentos.
Apesar de não existirem recomendações oficiais relativamente aos métodos de introdução dos alimentos, o BLW tem conquistado muitos papás. No entanto, é vivido pelos pais com muita ansiedade, sobretudo quando os bebés vão para a creche. É comum ser-lhes dito que numa creche, com bebés com diferentes características, não é possível implementar o BLW por falta de recursos, seja para a vigilância dos bebés, seja para a preparação especial dos alimentos. Perante isto, muitos pais desistem, outros optam por manter o BLW apenas em casa, e alguns voluntariam-se para mandar os alimentos preparados de casa para a creche e irem acompanhar as refeições dos filhos.
É fácil implementar o BLW numa instituição? Não. Mas não é impossível! Se é seguro do ponto de vista nutricional? Isso dependerá de vários fatores, nomeadamente do tipo de alimentos oferecidos ao bebé. Importa é não substituir refeições por biberões-extra de leite, só para garantir que o bebé não fique com fome. Na maioria das vezes, o bebé vai ter curiosidade, brincar com os alimentos e levá-los à boca. Os outros vão querer imitá-lo e acabarão por comer também. E quanto à vigilância? Um adulto vigiar 3-4 bebés na cadeirinha, cada um com alimentos cortados de acordo com o seu nível de desenvolvimento, poderá ser mais produtivo do que dar a papa ou a sopa à colher a um bebé de cada vez.
Ainda assim, compreendem-se as dificuldades. A instituição poderá sempre optar pelo método misto: alimentos oferecidos à colher, seguidos de oferta de alimentos cortados em pedaços para que o bebé se autoalimente.