Sinais de prontidão para a diversificação alimentar

Atualmente, muitos são os motivos para os bebés começarem a diversificação alimentar de forma precoce. Ora porque os pais têm de voltar ao trabalho, ora porque os bebés só podem entrar na creche com a diversificação alimentar iniciada, ora porque o “leite materno já não é suficiente”, ora porque o bebé não está a aumentar de peso…

Assim, a questão que desassossega quase todos os pais é: quando é que sei que o meu filho está preparado para a diversificação alimentar?

A literatura descreve dois aspetos importantes:

– Por volta dos 4 meses, as funções renal e gastrointestinal dos bebés já apresentam maturidade para metabolizar diferentes nutrientes;

– A partir dos 6 meses, uma alimentação exclusivamente láctea não supre as necessidades energéticas e de nutrientes dos bebés.

Desta forma, conclui-se que a diversificação alimentar não deve acontecer antes dos 4 meses nem deve ser atrasada para além dos 6 meses.

No entanto, mais importante que isto e, para que o momento da alimentação seja seguro e prazeroso, é necessário que o bebé apresente sinais de desenvolvimento adequados, comumente chamados de sinais de prontidão.

O aparecimento destes sinais varia de bebé para bebé, mas costuma aparecer mais próximo dos 6 meses.

Os sinais de prontidão para a diversificação alimentar são os seguintes:

– Sentar-se sozinho, sem apoios
– Sustentar o pescoço, sem deixar cair
– Pegar em alimentos/brinquedos com precisão e levar à boca
– Perda do reflexo de extrusão da língua (este é um reflexo de defesa no qual o bebé deita a língua de fora para ajudar na amamentação – normalmente, desaparece entre os 4/5 meses)
– Interesse pelos alimentos dos adultos (observar e pedir)

A introdução precoce de alimentos, principalmente sólidos, para além do leite materno ou de fórmula, tem riscos para o bebé. Por isso, é bastante importante garantir que o bebé já apresenta estes 5 sinais de prontidão antes de começar a diversificação alimentar.

Como nota final, importa referir que, apesar destas serem as recomendações gerais, existem casos específicos nos quais isto pode não se verificar. Cada caso deve ser avaliado individualmente com apoio da equipa de profissionais de saúde que acompanha o bebé.

Bibliografia

  1. Fewtrell M, Bronsky J, Campoy C, Domellöf M, Embleton N, Mis NF, et al. Complementary feeding: A position paper by the European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition (ESPGHAN) committee on nutrition. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition. 2017;64(1):119–32.
  2. Rêgo C, Lopes C, Durão C, Pinto E, Mansilha H, Pereira-da-Silva L, et al. Alimentação saudável dos 0 aos 6 anos – linhas de orientação para profissionais e educadores. Lisboa; 2019 Oct.
  3. National Health Service. Your baby’s first solid foods [Internet]. National Health Service (NHS-UK). 2019 [cited 2022 Jul 26]. Available from: https://www.nhs.uk/conditions/baby/weaning-and-feeding/babys-first-solid-foods/

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