Obesidade nas crianças de 0 a 3 anos – como abordar

A obesidade é consequência de alterações dos comportamentos alimentares e de atividade física, que provocam o desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético.

Os primeiros anos de vida são marcados pela formação dos hábitos alimentares. A família tem um papel de destaque neste processo, na medida em que serve de modelo e fornece a alimentação à criança. O ambiente criado pelos pais nos primeiros anos de vida estabelece os alicerces para o desenvolvimento dos hábitos e comportamentos alimentares da criança no futuro. A criança nasce com a capacidade para ajustar a sua ingestão alimentar ao longo das várias refeições, de forma a regular a ingestão energética ao longo do dia, de acordo com os estímulos internos de fome e saciedade. Porém, as práticas familiares influenciam a resposta da criança à densidade energética e ao tamanho das refeições. Quando os pais assumem o controlo do tamanho das porções de comida ou exercem coerção sobre as crianças para comerem, a capacidade da criança regular a ingestão diminui. Assim, os pais podem contribuir para o aparecimento da obesidade. As recomendações atuais vão no sentido de encorajar os pais a respeitar os sinais internos de fome e saciedade da criança, cabendo-lhes a responsabilidade de criar oportunidades estruturadas para a criança comer, apoiá-la fornecendo os alimentos e bebidas saudáveis, sem exercer coerção.

A saúde da criança não depende apenas da sua biologia e das suas ações, mas também da biologia e das ações dos que a rodeiam e que a vão influenciar, especialmente dos pais. Tal facto, pode ser constatado pelo peso dos pais ser um dos preditores mais fortes do risco de obesidade infantil.

Na sua base, o tratamento da obesidade parece simples, a criança deverá comer menos e ter mais atividade física. Contudo, este processo é complexo, dispendioso e muitas vezes frustrante. Não existe uma solução rápida, uma vez que se trata de uma doença crónica, e o seu tratamento acompanha a criança ao longo da vida. Como tal, é importante que a criança seja avaliada precocemente e acompanhada por um profissional de saúde especializado na área.

A família e a criança devem ser consciencializadas que a obesidade só pode ser revertida se houver mudança dos estilos de vida, promovendo um novo estilo de vida para toda a família. O núcleo, quer da prevenção, como do tratamento da obesidade, incide na relação entre a criança e os pais.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *